terça-feira, 20 de novembro de 2007

O Amor e o Ódio

Não se consegue entender
Mas é possível perceber
Que entre o amor e o ódio
O ciúme tem algo a ver

O ódio é sempre perplexo
E o amor é tão complexo
São sentimentos de contrariedade
Que separam casais de verdade
Autora: Ecilda Castro 3° 'D' Tarde


Amor do Passado



Meu primeiro amor...
Em minha vida, tudo se tornou
Foi uma intensa paixão
Mas logo me veio a decepção

Dei-lhe as provas de amor
Mas a traição trouxe a separação
Pelo mundo, triste eu vaguei
Angustiada pela enorme desilusão
Autora: Irismar Santana 3° 'A'


sábado, 27 de outubro de 2007

14'60'' DE FAMA

Lá estava eu em um daqueles dias que acontecem todos os dias na minha vida, perdido no tempo, morrendo de tédio, sem saber o que fazer para sair da rotina. De repente: toc, toc, toc... Batem na porta.
-Tô indo! Eu disse, já abrindo abrindo-a.
-Olá! É aqui que mora o Sr. Cosmo? Indagou uma moça que aparecera em minha frente.
Sim, sou eu. O que desejas?
-Bom, eu trabalho em uma empresa de entregas. E hoje tem uma especial para o senhor.
-Entrega? Para mim? O que é?
-Primeiro, assine aqui. Disse-me isto me entregando um papel e uma caneta. Curioso, eu assinei o mais depressa possível para ver o que estava por vir.
-Rapazes, tragam a encomenda do Sr. Cosmo.
A essa altura, eu já estava demais ansioso e impaciente. Porém, ao ver o que caminhava em minha direção, fiquei pasmo. E quase sem palavras.
-Um jegue?! Quem me mandou isto?
-Eu não sei. Apenas faço o meu trabalho, senhor.Apenas realizo as entregas.
-Mas como pode ser? O que vou fazer com um jegue numa cidade grande?
Logo, comecei a imaginar coisas que eu poderia fazer com aquele animal. Matá-lo, eu não teria coragem. Ir ao shopping montado nele, nem pensar. Vendê-lo?! Uma boa idéia. Mas quem iria comprar? Definitivamente, para mim, um jegue não tinha serventia alguma.
-Não. Não posso cuidar de um jegue. Disse isso balançando a cabeça de forma negativa e franzindo a testa para enfatizar o que havia dito. Mesmo assim:
-Não sei senhor, mas agora ele é seu. Leve-o. Disse a moça com ar indiferente.
Eu estava desesperado e suando frio. Depois de alguns minutos naquele dilema, a moça dirige-se a mim, dizendo:
-Está vendo aquela casa na esquina? Falou-me isso apontando a direção que me mostrava.
-Sim, estou vendo.
-Olhe, atentamente.
-O que quer que eu veja?
-A produção. Disse a moça, começando a sorrir.
-A produção? Que produção?
-Você está sendo assistido em rede nacional. Isso é uma ‘ pegadinha’. Veja bem, lá estão as câmeras.Ao perceber que estava sendo filmado, não me contive e desmanchei-me em gargalhadas espalhafatosas, tornando cômico e inesquecível os meus 14’60’’ de fama.
Autor: Jair Silva 2° Ano 'G'

COMO?

Como lhe esquecer?
Se você é a razão do meu viver.
Como não te amar?
Se você é quem me faz sonhar.
Como te odiar?
Se o meu amor é maior do que o mar.
Como te esquecer?
Se em ti não paro de pensar.
Autora: Ruya Mayra 3° Ano 'D'


Tempo Louco

O tempo vai devagar
quando estou sem você
O tempo se faz apressar
quando estou a te olhar
O tempo devagar novamente
quando estou sem te ver
É assim esse tempo louco
Que só me faz enlouquecer
Autora:Jecicleide dos Santos 3° Ano 'A'

A MÚSICA

A música não é apenas
ritmos de povos diversos
A música também é a junção
Poemas, estrofes e versos

Ela transmite emoções e sensações
Todas expressas em notas
São amores e descobertas
Que aos corações abrem as portas

A música é vida, é arte
É também muita emoção
Através da canção, já se sabe
Sentimentos florescem no coração
Autora: Aurenir de Queiroz 3° Ano 'B'

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

EXPLICAÇÕES

Quem pode me explicar o que sinto?
O peito aperta. A intranqüilidade chega ao coração. Os lábios sentem a necessidade de sorrir. O olhar fica intenso e brilhante. O que eu tenho?
O filme de um sorriso lindo chega-me aos olhos. Não mais sai da minha mente. E fico a sorrir. Esse filme é passado. Um passado que não larga de mim.
Sinto-me traída por mim mesma. Penso apenas em você e isto me fortalece como mulher. Penso apenas com a ‘minha razão’ e dispenso a outra Razão. Como dizem os filósofos: o coração tem razões... que a própria razão desconhece.

Autora: Andréia Moura 3° Ano 'B' Manhã

Onde estás?

Meu corpo grita por você...
Onde estás?
Tua pele me chama.
Onde estás?
Teu perfume exala a cada instante.
Onde estás?
Que o amor na vida tem sofrimento.
Maltrata-me a saudade do teu abraço
Minha pele sofre por não te sentir
Fico a te desejar...
Fico a te imaginar...
Onde estás?
Autora: Aurenir de Queiroz 3° Ano 'B' Manhã

Cavaleiro Solitário

Andando sozinho... escolha que eu fiz
Perdido estou. Caminho solitário.
Ninguém me impede... faço o que quero
Caminho sozinho... Cavaleiro Solitário

Não tenho lugar para ir
Não tenho idéia do que fazer
A solidão me acompanha todo dia
Mas não tenho vontade de mudar

Sou amargo e solitário
Cruel nos meus sentimentos
Solidão... Decepção... Infelicidade...
Apunhalado fui... escolhi não sofrer mais

Escolhi não sofrer mais
Não sou de família... sou solitário...
Uma transa típica... um amor sem essência...
Cavaleiro solitário... sozinho em todo lugar
Antônio Celso 3° Ano 'A' Manhã

O que é a felicidade

Um sorriso bem dado
um abraço apertado
Um amigo do lado

Tantas coisas podem ser
Muitos beijos... um simples olhar...
Um momento ao seu lado

Felicidade é o bom que se pode imaginar
Ao seu lado poder sempre estar
E de mãos dadas poder caminhar
Autora: Ecilda Castro 3° 'D' Tarde

No seio da solidão

O luar já não é tão belo
As estrelas não mais me encantam
Com o coração vazio e singelo
Entrego-me à solidão

Solidão que penetra minhas noites
Solidão que me faz viver sem sonhar
Solidão que não me permite perceber
O doloroso desengano de amar

Dou preferência à solidão
Em minha vida, a certeza da desilusão
Como é clara a falta da ilusão
Faz-me habitar no seio da solidão
Autor: Marcos Paulo 3° Ano 'A' Manhã

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

TROPEÇOS E VITÓRIAS


Na vida, tropeçamos e perdemos muito. Mas entre tropeços, quedas e perdas, vemos que há a vida. E a vida nos dá muitas lições.
Aprendemos a sonhar, a amar, a viver com a certeza de que nascemos para vencer e aprender.
Não busque boas aparências... não procure pessoas perfeitas... busque a essência dos valores humanos e siga com a certeza de que a vitória chega.
Autor: Ranieri Oliveira 2° Ano G / 'Tarde'



AMANTES...


Encontro contigo nas ruas escuras, distantes dos olhos alheios. Entro em teu carro como uma fugitiva e depois de um beijo apaixonado, seguimos rapidamente para um local calmo, tranqüilo. O nosso refúgio.
Beijo-te sem cessar... sem querer parar...
Devagarinho... você me desnuda.
O amor, então, se faz!
Não sei se é amor... não sei se é aventura... o que me importa é que você me completa.
O tempo urge. Ele não é nosso aliado.
Agora... temos pressa de voltar para casa... e voltarmos num novo dia... se der.

‘...encontre-me hoje, no mesmo horário... e no mesmo local...’

Autora: Natália Cruz / 2° Ano ' Manhã'

A Felicidade não tem boa alma!

Eu já estava atrasado e sabia que, se não me apressasse, perderia o ônibus para a faculdade. Por isso penteei os cabelos com pressa diante do espelho e logo peguei a minha pasta para sair.
Mas quando meus dedos tocaram-na, meu olhar repentinamente desviou-se para a estante de livros ao lado. Eu, com a mão sobre a pasta, avistei o romance de Capitu.
Meu coração estremeceu e começou a pulsar forte. Aquele livro de Machado de Assis havia sido o motivador de todo o contato entre mim e Clarice. Lembrei-me de quando estava no primeiro semestre da faculdade. Eu conversava com o Carlos nas mesinhas que ficam no pátio do centro universitário. Era a hora do intervalo. E aquela menina, morena e de olhos verdes, aproximou-se de nós. Ela vinha com uma amiga. As duas pediram licença e sentaram nas cadeiras vazias da mesa que meu amigo e eu nos encontrávamos.
A nossa conversa era sobre política. Lembro-me que Carlos defendia o presidente, enquanto eu o fazia fortes críticas, devido às corrupções que o partido havia mergulhado. As duas meninas conversavam sobre Literatura. Mas precisamente sobre a obra machadiana. Ela, a Clarice, era apaixonada pelo autor e tencionava fazer um estudo aprofundado sobre a sua obra.
Embora nossos assuntos fossem diferentes, não me recordo como, mas logo estávamos os quatro falando sobre Literatura. Assim, Clarice e eu nos conhecemos e nos tornamos amigos, o que posteriormente resultaria em nosso namoro.
Da Literatura de Machado de Assis, eu havia lido todos os romances e nossas discussões foram profícuas sobre a estória enigmática de Bento e Capitolina. Clarice me presenteou, depois, com este romance para que eu o lesse mais uma vez. Ela não aceitava os argumentos de defesa que eu mantinha em relação à Capitu.
Em poucos dias, estávamos namorando sério e muitas cadeiras da faculdade cursamos juntos, embora ela tivesse um semestre à minha frente. Ao seu lado passei momentos inesquecíveis de estudos e de amor também. Tornamo-nos dois apaixonados, um pelo outro, e os dois pelas letras.
As disciplinas que cursei ao lado de Clarice foram repletas de conhecimento, amor e satisfação. Mas a felicidade não dura para sempre. Minha boa vida de apaixonado só me deixou perceber isto quando, de forma repentina, Clarice chegou para mim e disse que estava de viagem marcada para outro estado. Não era um passeio. A família mudaria-se em breve.
‘E a faculdade?’ O choque foi tão intenso que não perguntei por nós, e sim pelo curso. ‘Ah! Eu vou pedir transferência. Não quero pensar nisto agora. Preciso organizar outras coisas mais urgentes para a viagem.’
Naquele momento, desconheci Clarice. Era aquela a garota que eu havia conhecido no início da faculdade e mantinha um relacionamento amoroso que perdurava até o quarto semestre? E a importância que sempre dera aos estudos? ‘Preciso organizar outras coisas mais urgentes para a viagem.’ Eu estava perplexo. E fiquei mais ainda quando descobri que a viagem aconteceu dali a três dias. Clarice se foi e não mais se despediu de mim.
Ficaram as recordações, as lembranças, a tristeza, a solidão. Eu a amava e a tinha perdido de forma incompreensível. Buscava uma explicação para aquela perda tão brusca, fora uma rapidez de relâmpago.
Estes pensamentos impedem que o meu olhar seja desviado do livro e faz com que a minha mente recorde todos estes momentos traiçoeiros que vivi com Clarice. Apesar da pressa, vou até o livro e o abro numa página aleatória e leio: ‘A felicidade tem boa alma’. Era o título de um capítulo qualquer do romance. Eu não pude deixar de sorrir. Para mim, a alma da felicidade não foi tão boa. Fechei, então, o livro. Com minha pasta, eu saí de casa e fui para o ponto do ônibus, que já apontava na esquina.
Autor: Nonato Costa.

VINGANÇA


Vingar-se é antônimo de piedade
para aqueles que não se mantêm,
ou nem mesmo,
fazem-se fortes e capazes
para superarem as medíocres
situações da vida.
Autora: Ana Karine 2° Ano 'Manhã'

Nosso Amor, Nosso Jogo

No jogo, quando se comete a falta
O juiz dá amarelo, ou deixa passar.
Em nosso namoro, quando eu vacilo
Você fica com raiva e pára de falar.

Quando no jogo, acontece um pênalti
A torcida logo comemora.
Em nosso namoro, não há nada disso
Mas tem briga a toda hora.

No jogo tem contra-ataque
Que deixa a defesa louca.
No namoro, quando me atacas
Defendo-me, beijando a tua boca.
Autora: Pauliana Lima 3° Ano 'C' Tarde


sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Seu Nome

Seu nome soa como canção
Entoada ao meu coração
Suave e fascinante
que os meus lábios cantantes
expressam com emoção

Seu nome me lembra o amor
É sublime, é encantador
Alegra-me o sentimento
Em intensos momentos
que me afaga o teu calor

Seu nome exprime num chamar
seu jeito simples e singular
De amor e de candura
e que nos traz a forma pura
do nosso jeito de amar
Autora: Jecicleide Santos 3° Ano A 'Manhã'


Coração Sofrido


Como acalmar o meu pranto?
Como me explicar que tudo terminou?
Se quem permanece em minha mente é você.

Escuto a tua respiração em meus ouvidos
Sinto o toque de tuas mãos em meu corpo
Lembro a suavidade dos teus beijos em meus lábios
Percebo a tua ausência em minha vida

O meu coração você levou consigo
E também os meus beijos...
os meus sonhos... os meus desejos...
que te seguirão eternamente
Autora: Ruya Mayra 3° Ano D 'Tarde'

Esperando Acontecer

Na escuridão...
um suspiro a ser expresso!
No silêncio...
um coração adormecido!
No vácuo...
um amor para existir!
No tempo...
um sentimento enterrado
...na imensidão deste singelo coração...
Autora: Ana Karine Lopes

terça-feira, 4 de setembro de 2007

ATRAVÉS DO OLHAR

Ele me desnuda. Faz-me sentir perfeita. Única. Desperta-me desejos.
Não tem medo de ser percebido, porque é forte e penetrante. Tem uma força que me toca a alma, levando-a ao céu por segundos.
Quer descobrir o que os outros não sabem sobre mim. Deixa-me sem forças e termino por lhe revelar todos os meus segredos.
Mesmo no meio da multidão, ele me procura. Quando me encontra, parece que não existem outras pessoas.
Nestes momentos, conversamos. Ninguém nos ouve, ninguém nos nota. Podemos gritar. Somente as audições de nossas almas saberão o que estamos dizendo.As outras pessoas não percebem nada. Nem as palavras, nem as sensações. Simplesmente porque tudo isso acontece através do olhar. Ou será que tudo não passa de um olhar?
Autora: Dilean Mendes 3° Ano 'C' Tarde

Hoje eu sei

Hoje eu sei...
que o amor faz sofrer.
Machuca e faz chorar.
Hoje eu sei...
Que o amor na vida tem sofrimento.
Tem tristezas e incertezas.
Hoje eu sei...
que o amor não tem endereço.
Não tem residência, não tem e-mail.
Mas todos sabem como lá chegar.
Hoje, eu também sei...
E mesmo assim,
quero também chegar a um coração.

Autora: Marina Moreno 3° Ano 'D' Tarde


quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Esperando Você

Esperava que você
Viesse me encontrar
Que pena você não veio
Então comecei a chorar

Chorava de muita tristeza
E também desilusão
Já não estava agüentando
De tanta dor no coração

Estou sozinha no mundo
Sem ter você por perto
Mas sempre fui consciente
De que o nosso amor não dava certo
Autora: Paulina Lima 3° 'C' Tarde

TÔ FORA!

Tô Fora! ...
Da vida. Da morte.
Da realidade. Do amor.
Da esperança. Do saber.
O que vai acontecer?
Eu não quero saber!
...mas sei que estou fora...
Da mais cruel realidade da vida.
Autora: Mariângela de Paula 3° Ano 'B' Manhã

terça-feira, 21 de agosto de 2007

ELA VIVE, ELA SENTE, ELA REVIDA.

Brasil, 22 de janeiro de 2035.
Saio frustrada. Não, já cheguei assim. Será que não vou mais conseguir emprego? Atravesso a avenida correndo; os motoristas xingam-se e buzinam incessantemente. Nesta hora, o trânsito está, realmente, estressante.
O mar de concreto irradia o calor e nos sufoca. As pessoas se olham como cúmplices e proprietários da mesma culpa, e ao enxugarem o suor do rosto com o já molhado lenço, parecem se perguntar:
-Como deixamos isso acontecer?
Ao passar pelo termômetro, que parece querer nos enganar, escutamos uma voz eletrônica: TENHAM UM BOM DIA!’, logo após, a apresentação da altíssima temperatura. Recordo-me de minha vozinha e de sua frase muitas vezes repetidas:
-Esse mundo vai terminar em fogo.
Valei-me Deus! Pobrezinha, nós ríamos e ela nos chamava de incrédulos. Hoje, toda a humanidade padece o que nossos avôs nos alertavam há várias décadas.
Foi há três décadas que essas idéias explodiram, eu era uma menina e ainda não entendia nada. Mas muitos entenderam e não fizeram nada.
-Me dá um copo com água, por favor.
-Vai trabalhar, pivete. Sai daqui! Ninguém dá mais água. Se quiser, compre!
Os gritos do dono do bar lembram-me da minha sede. Paro, então, naquele comércio e compro uma garrafinha. Como vem aumentando o preço da água, meu Deus! Apesar disso não justificar deixar uma criança sem água. Divido minha água com o garoto.
Na realidade, não é exploração ao consumidor, a água do planeta está ameaçadíssima e isto atinge, até mesmo, as pessoas que nunca jogaram sequer um papelzinho no chão.
Tenho ainda três empresas para visitar. Não devia ir, posso fazer isso maquinalmente. Que entusiasmo posso ter em me fazer presente se geralmente são secretárias-robôs quem nos atendem, recebem-nos e agendam as entrevistas.
Os robôs já estão dominando o mundo.Os jovens, para ingressarem no mercado de trabalho, precisam de ensino superior, pós-graduações, mestrados, doutorados, serem bilíngües, experiência profissional, etc... etc...
Os robôs já sabem de tudo! As criaturas tomando ares de criadores. Que ironia!
Chego à outra empresa. Ufa! Que delícia este ambiente climatizado. Que surpresa! A secretária (ainda) é de carne e osso. São nessas horas que sentimos a energia de um sorriso.
-Está bela a orla, depois da reestruturação, você não acha?
Que bom ainda existirem pessoas assim. Apesar do meu aparente mau-humor, ela se mostra agradável. Eu respondo:
-É, ficou bonita. Mas a outra que foi tomada pelo nível do mar era bem mais. Havia mais aconchego humano em sua estrutura. Você viu fotos daquela época?
-Quem não as viu? Ela respondeu sorrindo. -Se você for selecionada, entraremos em contato.
A moça me disse isto, colocando o meu cartão de identidade num espaço que captava ondas magnéticas, onde arquivou todo o meu histórico de vida profissional e estudantil.
Em menos de três segundos, toda a inscrição estava realizada.
-Obrigada, tchaw!
Saio. O assunto da orla me faz, agora, recordar de minha infância, quando podíamos tomar banho de mar, refrescar-nos, sem tantos materiais químicos dentro das águas. Bons tempos aqueles, apesar de não haver tanta evolução, éramos mais humanos e mais felizes. Pode ter sido tropical... mas hoje é infernal! Meu inconsciente me manda este pensamento.
Estou cansada e volto para casa. O dinheiro compra tudo, mas jamais comprará a confiança perdida do planeta. Ele se revoltou e nos castiga.
Hoje, é claro, há fundamentação científica na célebre frase de minha avó: Esse mundo vai terminar em fogo. Realmente é fogo, é calor, é o fim.
Parece-me que a terra como um legítimo ser vivo, começou a fabricação dos anticorpos para a aniquilação dos seres que tanto a maltrataram: nós, os seres vivos que um dia chamaram de racionais.
Autora: Kalliny Berklim

CHUVA DE LÁGRIMAS


Chovia intensamente naquela noite. Júlia, na penumbra de seu quarto, acariciava sua boneca de pano. Estava deitada na cama, e a porta semi-aberta deixava apenas uma tênue luz entrar.
Nestes momentos de solidão, a garota recordava os seus tempos de criança, suas brincadeiras com as primas, as idas à casa da avó. Em suas lembranças, o mundo era mais azul, a lua mais dourada, a vida mais suave. Era um mundo mágico que a encantava e a fazia sentir saudades.
Júlia trazia consigo um coração amargurado. A traição visitara cedo os seus sentimentos de adolescente. Com apenas quatorze anos, a garota já sentira o primeiro amor, e a primeira desilusão. Agora, estava deitada em sua cama, escutando os pingos de chuva que caíam no telhado e pedindo aos céus que lhe devolvessem a sua infância e lhe arrebatasse daquele sofrer.
Um relâmpago repentino iluminou todo o recinto e a fez levantar a cabeça. Com o movimento que fez, caíram lágrimas de seus olhos, que há muito estavam pesados.
Ela, vagarosamente, puxou a coberta e cobriu-se. A chuva lá fora trazia também um vento forte, que fazia as árvores balançarem seus galhos, aumentando a angústia da garota.
Uma forte trovoada ressoou e a menina se encolheu sobre a cama, debaixo de sua coberta. O frio se fazia mais intenso e maltratava a sua pele suave.
Com dificuldades, buscou algo debaixo do travesseiro. Acendeu a luz do abajur e leu um papel que já se mostrava amassado, pelas tantas leituras que ela realizara. A caligrafia em caixa alta transmitia o recado que Júlia jamais quisera ler. Era um adeus. Uma despedida fria como aquela noite e angustiante como a semi-escuridão que rondava o seu quarto.
Onde ele estaria? Com quem? O que estaria sentindo. O amor havia sido traiçoeiro consigo. Foram semanas de mel, numa felicidade de sonhos. Mas logo lhe cavara um abismo e a empurrara, deixando-a sem forças para sair.
A garota dobrou, mais uma vez, a carta e a colocou novamente debaixo do travesseiro. Pegou, então, o seu celular e começou a olhar as suas mensagens. Tantas palavras de amor, enviadas e recebidas. E agora, nem mais um sinal.
Com um forte aperto no coração, dirigiu-se à janela de seu quarto e através da vitrine passou a observar a rua, a chuva, o vento balançando as folhas molhadas das árvores, a correnteza formada pelas águas que se acumulavam perto da calçada.
De sua janela, Júlia avistou ainda um casal que passava no outro lado da rua, tomando banho de chuva. Era sua prima, a Rosane. Muitas vezes brincaram juntas na casa da avó, nos tempos de criança. Cursaram, ainda, várias séries primárias. Eram muito amigas.
Ao lado de Rosane, caminhando de mãos dadas, estava Paulo André. Aquele garoto moreno e bonito da rua de cima. Aquele de cabelos ondulados e olhos verdes, por quem Júlia se apaixonara perdidamente e vivera intensos momentos de amor.
Os dois passavam felizes na rua, chutando as águas que corriam pelo asfalto. Num gesto de carinho, Paulo André beijou Rosane. Os dois se abraçaram e intensificaram o beijo.Júlia, de sua janela, assistiu a todo o enlace dos dois. A chuva do lado de fora estacionou. Mas os olhos de Júlia decidiram que ainda não era o momento de parar. E começaram a deixar cair as suas gotas, dando continuidade à chuva que deixava fria toda a cidade, mas que no quarto incendiava de angústia o seu coração de garota traída.


Autor: Nonato Costa.

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Necessidades de Você

Ao cair da noite...
chega-me uma saudade louca.
Saudade absurda de você.
Por você tenho grande amor...
De você dependo para viver.
Distante de você...
O tempo pára de passar.
E eu com o coração sangrando...
Sempre a esperar.
É a necessidade de ter você...
Sempre ao meu lado e lhe ter.
Autora: Carliane Silva 3° 'B' Manhã

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

CARPE DIEM

Hoje é notável o envelhecimento celular
Mesmo assim... vamos nos orgulhar
Desse tempo que é um óvulo fecundo
O mais prodigioso feto acrescido ao mundo

As coisas únicas não são eternas
Façamos de todos os dias um espetáculo
E dos fragmentos geográficos um tabernáculo
Que respeitamos como figura paterna

Que cada dia seja uma semente
Brotada hoje... mas plantada ontem
E que o incerto amanhã não contém

Pois o hoje só existe no próprio dia
E os que não acreditam em sua importância
Lembrem-se: pensávamos ser infinita a infância
Autor: Charles Vasconcelos 3° Ano 'B' Manhã

quarta-feira, 8 de agosto de 2007

NECESSIDADES DO SER

Não saberemos o que sentimos...
se não vivenciarmos as oportunidades.
Quem vive o amor...
reconhece que o tem dentro de si.
Quem vive o perdão...
compreende o bem em seu interior.
Quem vive alegrias...
percebe a felicidade presente na vida.
Viver cada momento...
reconhecer cada sentimento e
compreender-se sempre
faz-se necessário para que a vida
adquira os valores de sua essência
Autor: Nonato Costa

UMA AMIZADE ESCOLAR

Tudo começou na escola. Era o primeiro dia de aula, e os alunos já se conheciam, por serem de uma cidadezinha de interior. Naquela cidade, mais precisamente naquela escola, iniciou-se uma bonita amizade entre professor e alunos.
Já no primeiro momento da aula, a professora percebeu que não seria mais a mesma. Num canto da sala, percebeu alguém que lhe chamava a atenção. Era o último aluno da fila. De início, a professora pensou ser um garoto triste, sozinho. E ficou a pensar sobre o menino, olhando-o fixamente. Ela sentia algo diferente e especial.
-Professora, podemos começar a aula.
Era a voz de uma garotinha que sentava na frente. A professora respirou, esqueceu um pouco o momento sentimental que vivenciara e colocou o profissionalismo em primeiro lugar.
No segundo dia, a professora percebeu que os sentimentos pelo garoto continuavam. Sentia vontade de aproximar-se, até de protegê-lo. E com o passar dos dias, pôde, então, conhecê-lo melhor.
Ela, uma professora de matemática, apaixonada pelos números. Ele, um garoto apaixonado pelos versos e poemas.
O garoto demonstrava sempre tranqüilidade e possuía firmeza e expressividade em suas colocações. O garoto não era triste, era cheio de amor e conhecimentos.
Tornando-se conhecedora de suas paixões pelos versos e de seu distanciamento com a matemática, a professora pediu-lhe que trouxesse um de seus textos para recitá-lo na aula de matemática.
Os alunos estranharam e passaram a pensar sobre uma possível paixão que a professora, talvez, sentisse pelo colega deles.
No dia de sua apresentação, o menino deixou o último lugar da sala e colocou-se na frente do quadro-branco, e recitou o seu belíssimo poema.
Apesar de pequeno, o texto trazia uma mensagem demais significativa. Falava do amor. Não do amor que as pessoas atualmente costumam vivenciar. Mas um amor fraternal, que ocasiona a compreensão, a amizade, o companheirismo.
A professora se emocionou. Ela, sempre tão admirada por todos pela beleza que tinha... por sua postura... suas colocações... sua inteligência. Hoje, admirava aquele garoto, por sua sensibilidade e sabedoria.
O menino terminou a sua leitura e, ainda, passou a comentar o seu poema.
-Muitas pessoas vivem aprisionadas pelos próprios sentimentos, muitas vezes sem sentido... sem direcionamento... por não os entenderem, ou mesmo, não os valorizarem. Acham que dar um bom dia a um idoso, a uma criança, mostrar-se simpático,são atitudes não pertencentes ao amor. Amar é muito mais profundo do que se unir em um relacionamento. É vivenciar a proximidade com o outro, como a um irmão...
O garoto continuou a falar. Suas palavras tocaram fortemente à professora e aos demais alunos. Começava ali, uma linda amizade escolar entre todos os presentes.
As aulas de matemática passaram a ser mais discutidas, as construções aritméticas ganharam mais sentido pois se voltaram para as sociedades. Os números passaram a ser vistos como multiplicadores de aspectos bons e divisores de coisas ruins.
Começavam ali, novas formas de se estudar a matemática.
Aluna: Cristina Araújo 2 Ano F / 'Tarde'

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

O NADA

Do meu passado, nada lembro.
Do meu presente, nada vivo.
Do meu futuro, nada sei.

Nada trago do ontem!
Nada faço no hoje!
Nada espero do amanhã!

Apenas existo... e vivo!
Vivo a te amar!
Amar e esperar!
...que tu venhas a me amar...

Autora: Graciane Trajano 3º B 'Manhã'

Cadê Você?

Que não estás aqui... estás tão longe?
E só te acho nos meus sonhos!
Que me deixaste sem nenhum motivo...
Sem explicação...
E hoje perturba o meu coração.
Atormenta a minha razão.
Te esquecer é algo impossível!
Assim como é Impossível ...
encontrar alguém como você.
Autora: Margarene Facunde 3º Ano D 'Tarde'

JUSTIÇA?!

O que é isso? Existe?
Numa sociedade que se diz pluralizada, percebemos um forte individualismo e também preconceitos. Isto nos faz questionar: ‘existe igualdade na lei, sem distinção, para o branco, para o negro, para o pequeno, para o grande...?’
Somente com esta igualdade é que se poderia dizer que existe justiça em sua plenitude.
A justiça tornou-se utopia. Não podemos ficar apenas no sonho, é preciso acordar e fazer valer o que é direito de todos. Justiça!
Autora: Alcilene Jacinto 2º Ano G 'Tarde'

segunda-feira, 16 de julho de 2007

AFOGADO

Para mim, a tristeza é um mar grande e solitário. É traiçoeira e sem resposta. E neste mar, o fim chegando. Estou me afogando.
Não adianta gritar, pois de nada vai adiantar. Não há ninguém próximo para me acudir. Não, eu não quero morrer agora. Demorei tanto para encontrá-la, ela, a quem sempre quis. E tão rápido a perdi.
Será pecado não ser o que todos querem? Nunca quis vir montado de fábrica. Ser adaptado de modo que todos gostem, eu sei que ninguém vai ser.
Quando a onda bate em mim, eu bebo a água salgada. Tento respirar o ar, para não sucumbir. Vejo, então, minha vida passando... como um filme.
Nesta hora, Deus, eu queria apenas mais uma chance para viver.
Eu vejo a imensidão à minha frente e uma tremenda solidão. Nada faz sentido. Eu não tenho sentido, ou melhor, me sentido. Dentro de mim um vazio. Há tempo que percebo algo me fazer falta.
Melhor morrer do que viver sem o porquê de viver.
Estou afundando e tento nadar. A força acabou. Bebo água salgada e respiro o desespero com aroma de tristeza.
Do meu lado, agonia e pânico. Mas à frente, uma pequena esperança. O mundo dá voltas ao meu redor. Mas o meu mundo parou. Não há mais condições... apenas amor e dor.
A dor é maior. O meu fim se aproxima. Mas eu não quero. Eu falava que nunca mais queria te encontrar... quero viver! Preciso viver e não me afogar neste mar de solidão.
Retire-me logo, retire-me logo! Afundei e pensei que era o fim. Mas vejo uma mão me puxando. Será a sua?


Autor: Antonio Celso Domingos 3º Ano 'A' / Manhã

sábado, 14 de julho de 2007

CHUVA DE AMOR


Na madrugada calma e escura
A chuva cai sem dó, sem piedade
O tempo passa e a chuva aumenta
E permaneço com a mesma saudade

O barulho da chuva se escuta nas telhas
Como se o mundo fosse acabar
Escuta-se um relâmpago
Depois começa a trovejar

Com um tempo, o dia amanhece
E você permanece no meu pensamento
Já não basta a noite inteira
Penso em ti a todo o momento

Autora: Pauliana Lima / 3º Ano 'B' Tarde

RAZÃO DE VIVER

Inspirei-me em você para viver
Porque era grande a minha dor.
Você chegou...
Para me fazer voltar à vida!
O tempo passou...
E minha confiança você ganhou!
Outro apareceu em sua vida...
E você me deixou!
E com a espada da traição...
Meu coração você dilacerou!
Autor: Leonardo Santos / 3º Ano 'D' Tarde

POESIA DIFERENTE

Os sonhos não existem
apenas porque queremos
Ou simplesmente porque sonhamos
Mas porque necessitamos!
Em virtude do que consigo ver
Eu acredito em sonhos
E se eu soubesse que sonhar é realizar
Eu sonharia mais!
Sonharia com mais amizade...
e mais amor entre os homens...
Assim, eu seria feliz.
Não fingiria que estava sonhando
Eu continuaria sonhando
Somente assim, eu saberia...
que os homens que se realizam
São os que vivem sonhando.
Autora: Jecicleia Santos 3º Ano 'A' Manhã

INVEJA DO UNIVERSO

Não encontro explicação...
para o sentimento que me aperta o coração
Essa sensação de te querer
E te desejar...
apesar da distância que nos separa!
Penso em ti...
Noites caladas,
em angústia e sofrimento!
Invejo o vento que te toca...
O sol que te esquenta...
A água que tu bebes...
Queria fugir contigo
E te levar para conhecer
este universo que já te tem
E que me causa tanta inveja!
Autora: Natália Lisck 3º Ano 'A' Manhã

Se eu soubesse


Se eu soubesse que o amor doía...
eu a ti não me entregaria!
Se eu soubesse que você não me queria...
Te dado a minha vida, eu não teria!
Se eu soubesse que esse amor de nada valia...
Eu não teria alimentado minhas fantasias!
Se eu soubesse que a tristeza aqui bateria...
O meu coração para ti eu não abriria...

No meu inconsciente, este amor de nada valia...
Se eu soubesse... mas eu sabia!
Autora: Graciane Trajano 3º 'A' Manhã

sábado, 7 de julho de 2007

DIA DE DOMINGO

-Vamos pai!
-Calma, menino! Estou ajeitando o carro. É cedo, não há ninguém na praia ainda.
O menino estava muito apressado, e foi chamar a mãe na cozinha.
-Vamos, mãe!
-Calma, estou aprontando o lanche para levar.
O pai foi à cozinha pegar alguma ferramenta para terminar o serviço do carro.
-Há tempos que vocês me prometem levar à praia. Quando chega o dia, decidem fazer tudo na última hora.
-Como é, menino?
-Calma, homem, ele só está ansioso.
-Desculpa, pai.
-Vou terminar o serviço.
Cinco minutos depois.
-Mãe, a senhora terminou?
-Calma, meu filho.
-Vocês fazem muita hora.
-Menino mal criado, eu ouvi.
-Estava brincando, pai.
-Quer levar umas palmadas?
-Você vai bater nele, homem?
-Isto tudo é por sua causa, estraga o menino, depois fica aí!
Algum tempo depois.
-Vamos logo, amor, já terminei de fazer o lanche. Termina de ajeitar o carro, enquanto me visto.
-Tá bom, mulher!
Mais algum tempo depois.
-Já terminei de me arrumar. Vamos logo, amor!
-Deixa de ser apressada, mulher!
-Pai, não fala assim com a mamãe.
-Adula a tua mãe, mas sou eu quem trago a comida pra casa todo dia.
-Pai, eu não estou adulando, apenas defendo quem me defende.
-Menino atrevido, vai levar umas tapas agora.
-Você não vai bater nele, é apenas uma criança querendo ir à praia. Se você não quer ir, avise logo, e não fique fazendo hora.
-Como é, mulher?
Na porta, chamam:
-Pedrinho!
-Já vai. O que é Carlinhos?
-Que gritaria é essa?
-São os meus pais brigando por besteira.
-Vamos para a minha casa, brincar com o novo videogame que meu pai comprou.
-Vamos, sim.
O menino, da porta gritou:
-Mãe, vou pra casa do Carlinhos brincar. À tarde, eu volto.

Autora: Leidinice da Silva 2º 'F' Tarde

quinta-feira, 5 de julho de 2007

VIROU ROTINA

Cheguei do trabalho e já passava das dezenove horas. Estava cansada, pois havia sido mais um dia daqueles: muito trabalho, pouca paciência e intensa dor de cabeça.
Finalmente, o expediente acabou e me encontro, agora, em casa.
Ligo o rádio e começo o meu banho. Tento, assim, relaxar. No entanto, vêm-me aqueles pensamentos que atormentam. Fico a refletir sobre a minha própria vida.Toda noite a mesma coisa.
A solidão do meu quarto aumenta o meu vazio e a angústia em meu coração.
Percebo que apesar de meu futuro estabilizado, uma vida profissional satisfatória, não sou feliz.Sempre me falta algo. Eu mesma não sei explicar o que é.
O tempo passa e continuo navegando em minhas cogitações. Já se aproximam as duas horas da manhã e adormeço. Sonho.Meus sonhos são malucos, talvez fosse a realidade que anseio. Uma vida menos formal, onde pudesse viver intensamente um grande amor. E acima de tudo, ser feliz.
Autora: Kátia Ferreira - 2º 'F' - Tarde.

EM CIMA DO MURO

Era sagrado. Todos os dias, após o almoço, enquanto minha família aproveitava a sesta, eu corria para o fundo do quintal, subia no muro e ficava a apreciar a beleza de minha vizinha, a Flora, que neste horário costumava ter suas aulas de balé.
Eu era apaixonado por aquela garota e ao vê-la sempre dançando, ficava maravilhado com a sua beleza. Cada passo, cada gesto dela, cada movimento executado me encantada sempre mais.
Aos meus olhos, Flora era perfeita. Porém, por conta de minha timidez, eu nunca encontrava coragem para dizer-lhe isto. E a forma de satisfazer a minha ansiedade era ficar ali, em cima do muro, observando o seu encanto.
Era uma terça-feira, depois do almoço, compromisso marcado, rapidamente corri para o muro. Eu não queria perder nenhum segundo daquela aula. Queria logo admirar aquela figura inspiradora de meus belos e ternos sonhos.
Passaram-se dez minutos... e Flora não apareceu para o ensaio. Estranhei, pois nunca havia atrasos. Depois quinze... vinte... Logo mais, trinta... e eu em cima do muro. Surpreso com o ocorrido eu me perguntava o que teria acontecido. Onde estaria Flora?
Frustrado por não vê-la, caminhei de volta para casa.
Mamãe ainda estava deitada em sua rede de cordas. Ainda com um ar tristonho, perguntei-lhe: A senhora sabe alguma coisa sobre os nossos vizinhos dos fundos?
Mamãe, mesmo sem abrir os olhos, respondeu, com sua voz cansada e sonolenta: Mudaram-se, ontem à noite. Venderam a casa e foram morar em São Paulo.
Mamãe me falava isto ainda bocejando e o meu coração já se encontrava aos pulos de tão acelerado. Mal sabia ela que aquelas palavras entravam em meus ouvidos como facas afiadas que se direcionam ao coração.
Somente em pensar que nunca mais veria minha grande paixão perdia as forças de ficar em pé.
Flora partiu sem saber dos meus sentimentos... sem levar nada de mim. Ao contrário, deixou uma alma em pedaços e uma lição para toda a minha vida: Ficar em cima do muro nunca é a melhor opção! Pensei isto, falando em voz alta.
-O que disseste, criatura? Indagou a minha mãe, sem nada entender...
Autor: Jair Silva 2º 'F' Tarde

terça-feira, 3 de julho de 2007

Cara-Metade

Na época dos deuses antigos, os homens possuíam quatro braços, quatro pernas e duas cabeças.
Houve um dia que os deuses ficaram furiosos e soltaram raios por todos os lados.
Quando esses raios atingiam os homens, acontecia a separação. O homem ficava apenas com dois braços, duas pernas e uma cabeça.Desde então, cada pessoa passou a buscar por toda a vida a sua alma gêmea, sua cara-metade, no intuito de se completar.
Autora: Ana Paula Pessoa. 3º Ano 'B'

VELHO COSTUME

Aquela menina já olhara para o relógio mais de três vezes, em menos de cinco minutos. Sua expressão facial denunciava preocupação e seus gestos inquietos revelavam um desespero interno, que se transmitia em toda a sua fisionomia exterior.
O relógio da igreja bateu 20 horas. Marcos, sentado no banco da praça, observava atentamente a garota de cabelos louros e de roupa escura. Era uma moça bonita e trazia consigo uma postura elegante.
Ela levantou-se, mais uma vez, e caminhou de um lado para o outro. Depois de algum tempo, voltou a sentar-se e cruzou as pernas.
O banco em que Marcos havia sentado ficava ao lado do que a moça se encontrava. E ele a lhe observar, e a analisar toda a sua impaciência.
O telefone toca e a moça atende. Conversa baixo, mas a sua voz dá para ser ouvida. Marcos esforça-se para escutar alguma coisa. Dois rapazes passam por perto, brincando e conversando alto. Marcos tem um súbito ódio dos garotos. A passagem deles o impossibilitou de satisfazer a sua curiosidade.
A moça guarda o celular e volta a sentar. Retira a jaqueta preta que veste, dobra-a e a coloca sobre as pernas. Marcos olhou para os ombros da moça, para o decote de sua camiseta, para o princípio dos seios que estava à mostra. Tudo muito bonito. A cor branca da garota o fez lembrar um copo de leite. E sentiu vontade de tocá-la, de acariciá-la, e de beijá-la.
Foi com uma certa excitação no corpo que Marcos presenciou a chegada do carro preto. Era um carro de luxo e misterioso. O insulfilm presente no vidro não o permitiu ver a fisionomia de quem estava dirigindo.
Seu olhar paralisou. Naquele momento, não fez nenhum gesto, por menor que fosse, para não perder nenhum detalhe da cena que se passava à sua frente.
Num curto intervalo de tempo, a garota colocou a jaqueta, abriu a porta do carro e entrou. Marcos acompanhou todos os seus movimentos, e depois insistiu em observar os movimentos do carro, até dobrar a esquina e seguir o seu destino desconhecido.
No lado oposto da praça, tinha uma garota morena que conversava com um rapaz também moreno, talvez de sua idade. Marcos decidiu ir para lá. Sentou-se no banco próximo.
O casal conversava de mãos dadas e parecia tranqüilo e feliz. Marcos observava a tez da garota, os olhos, a boca. Uma menina bonita.
O casal conversava baixinho, mas a voz chegava até o banco de Marcos.
Ele esforçou-se para ouvir...
Autor: Nonato Costa

segunda-feira, 2 de julho de 2007

Meu querido e amado,


Talvez um dia, eu seja apenas mais alguém que passou em sua vida. Talvez eu seja mais um sonho, uma lembrança que você vivenciou. E quem sabe até uma saudade.
É impossível esquecer aquilo que marca, que fere e machuca. O coração que ama de verdade deixa a impressão de que tudo o que foi vivido nunca irá ter fim. Duro é ter de admitir que lhe perdi. Aliás, acho que nunca lhe tive por completo. Por todas as vezes que se distanciava de mim... e muitas vezes eu não percebia. Sinto em meu interior uma enorme dor, que nunca me lembro de tê-la sentido antes. E que desejo nunca mais sentir.
O pior de tudo é ter de sorrir... enquanto o coração chora. Chora calado e sofre no silêncio dos meus prantos. Choro muito, meu amado. Mas não sei por que choro, pois as minhas lágrimas não lhe trarão de volta para mim.
Escondo esta tristeza, por trás de um sorriso camuflado. Confesso-lhe que é difícil sorrir, pois os meus sentimentos me instigam a chorar. Confesso-lhe, também, que jamais esquecerei os nossos momentos juntos. Jamais irei lhe esquecer!
Eu sempre me disse racional... e hoje sofro sem limites. Sinto-me angustiada, perdida, abandonada. Tudo por desejar está ao lado de alguém que já é impossível para mim.Sinto-me confusa e infeliz.
Quando leres minhas palavras, lembre-se são frutos de uma perda que não consigo conter. Beijos, meu querido.


De sua, sempre sua...
Ruya Mayra dos Anjos

3º 'B' manhã

quinta-feira, 28 de junho de 2007

SENTIMENTO INALCANÇÁVEL


Lembro-me, perfeitamente, de quando encantada olhei para você. Parecia que eu olhava para um santo, a contemplá-lo. Reservei, então, um lugar para escondê-lo dos olhares interesseiros, semelhantes aos meus.
Foi assim que abri o meu coração e fiz dele uma morada para ti, transformando-o num Castelo Adormecido dos contos de fadas, ou mesmo, num santuário para resguardar você.
Com o passar dos tempos, percebi que debalde foram os meus esforços. Mesmo não o sufocando com os meus encantamentos, você gritava, querendo sair. E seus gritos abalavam as estruturas de minha Fortaleza Encantada.
Analisei-me. Eu não havia encontrado predicados suficientes para conquistar-lhe. Tudo o que eu poderia oferecer-lhe era a minha amizade.
Amizade que não conseguiu prendê-lo. Você sempre saía e a solidão ficava comigo. Assim, vivenciei tristes noites silenciosas. Tudo o que eu reservara para a minha felicidade, desaparecera por encanto.
Somente o medo permanecia comigo, calando os meus sentimentos. Apenas a tenebrosa escuridão ouvia as minhas preces, implorando a sua volta. Embora regressasse apenas de manhã, ao romper da aurora, com os primeiros raios de sol.
Seus olhos brilhavam, neles transpareciam a amizade que você me tinha. E assim continuamos... a amizade que vinha dos meus tempos de menina e já chegava em meus primeiros momentos de mulher. E perdiam-se, assim, anos que poderiam ter sido de alegrias, dourados pela felicidade.
Nunca descobri quem me roubava a sua presença, o importante é que sempre voltava e sempre conversava comigo. Mas cada regresso alimentava-me de esperanças.
Cheguei a comparar-me a um teto que sombreia, no entanto, sem nenhum adorno para ser contemplado por quem se refresca a sua sombra.E sempre você saia... você partia... e o meu peito rompia... e as minhas lágrimas caíam. E assim permanece sempre!
Autora: Natália Lisck 3º Ano 'A'

TRANSPORTE CRUEL


Outrora, caminhávamos juntos: ela e eu.
Oh! Ônibus cruel. Por que apareceste? Por que nos separaste? Graças a ti, ela vai de ônibus e eu continuo caminhando.Agora, mal a vejo! Restam-me somente as lembranças de quando estávamos juntinhos... caminhando a pé!
Autor: Leonardo Santos 3º 'D'

AS MÁSCARAS NO MUNDO

Às vezes, sinto-me inútil nesse mundo medonho, onde não descobrimos a sua verdadeira essência.
Pessoas usam máscaras para se defender, outras para disfarçar o seu verdadeiro caráter.
Temos um mundo onde os valores padecem e não mais existem. As pessoas fecham os olhos diante destes fatos e destas circunstâncias.
As máscaras tomam conta dos corações, deixando-os sombrios e insensíveis, incapazes de transmitirem os sentimentos que são propícios a mudar o mundo.
Neste mundo, tudo o que faz mal é visto como bom. Algo contraditório, fruto do orgulho de criaturas ruins e hipócritas. É a realidade.As pessoas que usam máscaras sempre fazem os outros sofrerem. Um dia, elas amargam bastante por isto.
Autora: Ana Karine Nogueira (2º B)

quarta-feira, 27 de junho de 2007

UMA LÁGRIMA COLORIDA



O garoto chegou perto da janela e ficou a olhar o movimento da rua. Morava numa cidade pequena, destas de interior, onde as ruas são estreitas, os carros são poucos e as pessoas costumam desempenhar as suas atividades utilizando muito mais as bicicletas do que os veículos automotores.
A chuva caía forte lá fora, e as pessoas passavam apressadas para o trabalho, com os seus guarda-chuvas a lhes proteger o rosto e apenas metade do corpo. Agora passava o Seu Joaquim, da farmácia. Ele e os dois filhos. Estava indo deixar os meninos na escola. Os garotos usavam uma capa de chuva azul e vermelha, com uma enorme estampa do homem-aranha nas costas. O menino, que a tudo assistia da janela, sentiu vontade de ter uma capa daquelas.
Acordara cedo devido ao frio intenso daquela manhã. A mãe já havia saído para o trabalho e só voltaria à noite. A irmã mais velha tomava conta dele e de mais dois irmãos menores. Os seus dias eram sempre semelhantes. Os dois caçulas iam para a aula, a irmã mais velha quase não saia da cozinha e ele ficava na janela, fazendo aquele mesmo exercício de contar os poucos carros da cidade, ou mesmo, admirar algo bonito que as crianças de sua idade viessem a ter.
Naquele dia, estava um pouco diferente por causa da chuva que molhava toda a cidade e enchia de tristeza o coração do menino. A cidade parecia mais escura, as pessoas mais apressadas, e o menino não encontrava outra opção para fazer passar o tempo. Então, permanecia no mesmo local. Da janela, já contara a passagem de dois carros e perdera a conta de quantas bicicletas haviam passado por ali.
Até que mais um carro passou em frente à casa do menino. Era o carro do prefeito. Os filhos dele estudavam na cidade vizinha, numa escola bem melhor que a sua, daquelas que somente os filhos dos ricos podem estudar. O motorista ia deixá-los agora. Os filhos do prefeito tinham ainda muitos brinquedos bonitos. Brinquedos que não se vendiam por ali e só se costumavam ver na televisão.
Um grito que veio da cozinha despertou o menino de suas cogitações. Era a irmã que o chamava para tomar o café. O garoto caminhou até a cozinha e sentou-se próximo à mesa. Uma xícara de café com duas bolachas. Todos os dias eles comiam aquelas bolachas da padaria do Senhor Gomes. Bolachas sem gosto, sem sal. Talvez por isso custassem tão pouco.
Ai o menino lembrou da Lanchonete que ficava por trás da praça. A lanchonete que possuía um nome estranho e um letreiro iluminado que tanto lhe chamava a atenção. Lembrou-se ainda dos pãezinhos e dos biscoitos que serviam lá e todos diziam serem gostosos. Nas tardes de domingo, após a missa, os pais costumavam levar seus filhos lá, para tomarem sorvetes. E ele sentia sempre uma enorme vontade de poder participar destes momentos. Mas o dinheiro que a sua mãe ganhava não lhes permitia isto.
Após o café, a irmã lhe ordenou que fizesse logo o dever de casa, pois a professora havia reclamado à mãe sobre o exercício em branco que ele às vezes levava.
Terminado o exercício, o garoto retornou à sua janela. A chuva permanecia. Mas o movimento da rua estava mais calmo. As águas se acumulavam próximo da calçada e desciam para o lado mais baixo da cidade, ocasionando uma leve correnteza.
Após alguns minutos, a chuva foi ficando fininha e aos poucos passando. O garoto olhou o céu, ao longe, e percebeu um enorme arco colorido que se formava. Um bonito espetáculo da natureza. Mas nem isto foi suficiente para alegrar o coração do menino triste. Sem ele mesmo perceber ou mesmo entender, seus olhos ficaram pesados de repente.
E na pele macia do seu rosto, caiu uma lágrima, que chegou a refletir o mesmo arco-íris que há pouco o menino admirara.
Autor: Nonato Costa

MUTÁVEIS


Olha os ventos... vão e vem!
Assim, eles fazem os seus circuitos.
Nada é novo!
Tudo é mutável.
érceptível a quem busca conhecer!
Olhe para si...
A tristeza nos faz refletir.
Ensina-nos a alegrar...
a hora... o dia... o tempo...
Loucura é:
Não observar... Não refletir... Parar!
Permanecer IMUTÁVEL!
Autor: José Jeudi (3º Ano B)-Manhã