quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Esperando Você

Esperava que você
Viesse me encontrar
Que pena você não veio
Então comecei a chorar

Chorava de muita tristeza
E também desilusão
Já não estava agüentando
De tanta dor no coração

Estou sozinha no mundo
Sem ter você por perto
Mas sempre fui consciente
De que o nosso amor não dava certo
Autora: Paulina Lima 3° 'C' Tarde

TÔ FORA!

Tô Fora! ...
Da vida. Da morte.
Da realidade. Do amor.
Da esperança. Do saber.
O que vai acontecer?
Eu não quero saber!
...mas sei que estou fora...
Da mais cruel realidade da vida.
Autora: Mariângela de Paula 3° Ano 'B' Manhã

terça-feira, 21 de agosto de 2007

ELA VIVE, ELA SENTE, ELA REVIDA.

Brasil, 22 de janeiro de 2035.
Saio frustrada. Não, já cheguei assim. Será que não vou mais conseguir emprego? Atravesso a avenida correndo; os motoristas xingam-se e buzinam incessantemente. Nesta hora, o trânsito está, realmente, estressante.
O mar de concreto irradia o calor e nos sufoca. As pessoas se olham como cúmplices e proprietários da mesma culpa, e ao enxugarem o suor do rosto com o já molhado lenço, parecem se perguntar:
-Como deixamos isso acontecer?
Ao passar pelo termômetro, que parece querer nos enganar, escutamos uma voz eletrônica: TENHAM UM BOM DIA!’, logo após, a apresentação da altíssima temperatura. Recordo-me de minha vozinha e de sua frase muitas vezes repetidas:
-Esse mundo vai terminar em fogo.
Valei-me Deus! Pobrezinha, nós ríamos e ela nos chamava de incrédulos. Hoje, toda a humanidade padece o que nossos avôs nos alertavam há várias décadas.
Foi há três décadas que essas idéias explodiram, eu era uma menina e ainda não entendia nada. Mas muitos entenderam e não fizeram nada.
-Me dá um copo com água, por favor.
-Vai trabalhar, pivete. Sai daqui! Ninguém dá mais água. Se quiser, compre!
Os gritos do dono do bar lembram-me da minha sede. Paro, então, naquele comércio e compro uma garrafinha. Como vem aumentando o preço da água, meu Deus! Apesar disso não justificar deixar uma criança sem água. Divido minha água com o garoto.
Na realidade, não é exploração ao consumidor, a água do planeta está ameaçadíssima e isto atinge, até mesmo, as pessoas que nunca jogaram sequer um papelzinho no chão.
Tenho ainda três empresas para visitar. Não devia ir, posso fazer isso maquinalmente. Que entusiasmo posso ter em me fazer presente se geralmente são secretárias-robôs quem nos atendem, recebem-nos e agendam as entrevistas.
Os robôs já estão dominando o mundo.Os jovens, para ingressarem no mercado de trabalho, precisam de ensino superior, pós-graduações, mestrados, doutorados, serem bilíngües, experiência profissional, etc... etc...
Os robôs já sabem de tudo! As criaturas tomando ares de criadores. Que ironia!
Chego à outra empresa. Ufa! Que delícia este ambiente climatizado. Que surpresa! A secretária (ainda) é de carne e osso. São nessas horas que sentimos a energia de um sorriso.
-Está bela a orla, depois da reestruturação, você não acha?
Que bom ainda existirem pessoas assim. Apesar do meu aparente mau-humor, ela se mostra agradável. Eu respondo:
-É, ficou bonita. Mas a outra que foi tomada pelo nível do mar era bem mais. Havia mais aconchego humano em sua estrutura. Você viu fotos daquela época?
-Quem não as viu? Ela respondeu sorrindo. -Se você for selecionada, entraremos em contato.
A moça me disse isto, colocando o meu cartão de identidade num espaço que captava ondas magnéticas, onde arquivou todo o meu histórico de vida profissional e estudantil.
Em menos de três segundos, toda a inscrição estava realizada.
-Obrigada, tchaw!
Saio. O assunto da orla me faz, agora, recordar de minha infância, quando podíamos tomar banho de mar, refrescar-nos, sem tantos materiais químicos dentro das águas. Bons tempos aqueles, apesar de não haver tanta evolução, éramos mais humanos e mais felizes. Pode ter sido tropical... mas hoje é infernal! Meu inconsciente me manda este pensamento.
Estou cansada e volto para casa. O dinheiro compra tudo, mas jamais comprará a confiança perdida do planeta. Ele se revoltou e nos castiga.
Hoje, é claro, há fundamentação científica na célebre frase de minha avó: Esse mundo vai terminar em fogo. Realmente é fogo, é calor, é o fim.
Parece-me que a terra como um legítimo ser vivo, começou a fabricação dos anticorpos para a aniquilação dos seres que tanto a maltrataram: nós, os seres vivos que um dia chamaram de racionais.
Autora: Kalliny Berklim

CHUVA DE LÁGRIMAS


Chovia intensamente naquela noite. Júlia, na penumbra de seu quarto, acariciava sua boneca de pano. Estava deitada na cama, e a porta semi-aberta deixava apenas uma tênue luz entrar.
Nestes momentos de solidão, a garota recordava os seus tempos de criança, suas brincadeiras com as primas, as idas à casa da avó. Em suas lembranças, o mundo era mais azul, a lua mais dourada, a vida mais suave. Era um mundo mágico que a encantava e a fazia sentir saudades.
Júlia trazia consigo um coração amargurado. A traição visitara cedo os seus sentimentos de adolescente. Com apenas quatorze anos, a garota já sentira o primeiro amor, e a primeira desilusão. Agora, estava deitada em sua cama, escutando os pingos de chuva que caíam no telhado e pedindo aos céus que lhe devolvessem a sua infância e lhe arrebatasse daquele sofrer.
Um relâmpago repentino iluminou todo o recinto e a fez levantar a cabeça. Com o movimento que fez, caíram lágrimas de seus olhos, que há muito estavam pesados.
Ela, vagarosamente, puxou a coberta e cobriu-se. A chuva lá fora trazia também um vento forte, que fazia as árvores balançarem seus galhos, aumentando a angústia da garota.
Uma forte trovoada ressoou e a menina se encolheu sobre a cama, debaixo de sua coberta. O frio se fazia mais intenso e maltratava a sua pele suave.
Com dificuldades, buscou algo debaixo do travesseiro. Acendeu a luz do abajur e leu um papel que já se mostrava amassado, pelas tantas leituras que ela realizara. A caligrafia em caixa alta transmitia o recado que Júlia jamais quisera ler. Era um adeus. Uma despedida fria como aquela noite e angustiante como a semi-escuridão que rondava o seu quarto.
Onde ele estaria? Com quem? O que estaria sentindo. O amor havia sido traiçoeiro consigo. Foram semanas de mel, numa felicidade de sonhos. Mas logo lhe cavara um abismo e a empurrara, deixando-a sem forças para sair.
A garota dobrou, mais uma vez, a carta e a colocou novamente debaixo do travesseiro. Pegou, então, o seu celular e começou a olhar as suas mensagens. Tantas palavras de amor, enviadas e recebidas. E agora, nem mais um sinal.
Com um forte aperto no coração, dirigiu-se à janela de seu quarto e através da vitrine passou a observar a rua, a chuva, o vento balançando as folhas molhadas das árvores, a correnteza formada pelas águas que se acumulavam perto da calçada.
De sua janela, Júlia avistou ainda um casal que passava no outro lado da rua, tomando banho de chuva. Era sua prima, a Rosane. Muitas vezes brincaram juntas na casa da avó, nos tempos de criança. Cursaram, ainda, várias séries primárias. Eram muito amigas.
Ao lado de Rosane, caminhando de mãos dadas, estava Paulo André. Aquele garoto moreno e bonito da rua de cima. Aquele de cabelos ondulados e olhos verdes, por quem Júlia se apaixonara perdidamente e vivera intensos momentos de amor.
Os dois passavam felizes na rua, chutando as águas que corriam pelo asfalto. Num gesto de carinho, Paulo André beijou Rosane. Os dois se abraçaram e intensificaram o beijo.Júlia, de sua janela, assistiu a todo o enlace dos dois. A chuva do lado de fora estacionou. Mas os olhos de Júlia decidiram que ainda não era o momento de parar. E começaram a deixar cair as suas gotas, dando continuidade à chuva que deixava fria toda a cidade, mas que no quarto incendiava de angústia o seu coração de garota traída.


Autor: Nonato Costa.

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Necessidades de Você

Ao cair da noite...
chega-me uma saudade louca.
Saudade absurda de você.
Por você tenho grande amor...
De você dependo para viver.
Distante de você...
O tempo pára de passar.
E eu com o coração sangrando...
Sempre a esperar.
É a necessidade de ter você...
Sempre ao meu lado e lhe ter.
Autora: Carliane Silva 3° 'B' Manhã

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

CARPE DIEM

Hoje é notável o envelhecimento celular
Mesmo assim... vamos nos orgulhar
Desse tempo que é um óvulo fecundo
O mais prodigioso feto acrescido ao mundo

As coisas únicas não são eternas
Façamos de todos os dias um espetáculo
E dos fragmentos geográficos um tabernáculo
Que respeitamos como figura paterna

Que cada dia seja uma semente
Brotada hoje... mas plantada ontem
E que o incerto amanhã não contém

Pois o hoje só existe no próprio dia
E os que não acreditam em sua importância
Lembrem-se: pensávamos ser infinita a infância
Autor: Charles Vasconcelos 3° Ano 'B' Manhã

quarta-feira, 8 de agosto de 2007

NECESSIDADES DO SER

Não saberemos o que sentimos...
se não vivenciarmos as oportunidades.
Quem vive o amor...
reconhece que o tem dentro de si.
Quem vive o perdão...
compreende o bem em seu interior.
Quem vive alegrias...
percebe a felicidade presente na vida.
Viver cada momento...
reconhecer cada sentimento e
compreender-se sempre
faz-se necessário para que a vida
adquira os valores de sua essência
Autor: Nonato Costa

UMA AMIZADE ESCOLAR

Tudo começou na escola. Era o primeiro dia de aula, e os alunos já se conheciam, por serem de uma cidadezinha de interior. Naquela cidade, mais precisamente naquela escola, iniciou-se uma bonita amizade entre professor e alunos.
Já no primeiro momento da aula, a professora percebeu que não seria mais a mesma. Num canto da sala, percebeu alguém que lhe chamava a atenção. Era o último aluno da fila. De início, a professora pensou ser um garoto triste, sozinho. E ficou a pensar sobre o menino, olhando-o fixamente. Ela sentia algo diferente e especial.
-Professora, podemos começar a aula.
Era a voz de uma garotinha que sentava na frente. A professora respirou, esqueceu um pouco o momento sentimental que vivenciara e colocou o profissionalismo em primeiro lugar.
No segundo dia, a professora percebeu que os sentimentos pelo garoto continuavam. Sentia vontade de aproximar-se, até de protegê-lo. E com o passar dos dias, pôde, então, conhecê-lo melhor.
Ela, uma professora de matemática, apaixonada pelos números. Ele, um garoto apaixonado pelos versos e poemas.
O garoto demonstrava sempre tranqüilidade e possuía firmeza e expressividade em suas colocações. O garoto não era triste, era cheio de amor e conhecimentos.
Tornando-se conhecedora de suas paixões pelos versos e de seu distanciamento com a matemática, a professora pediu-lhe que trouxesse um de seus textos para recitá-lo na aula de matemática.
Os alunos estranharam e passaram a pensar sobre uma possível paixão que a professora, talvez, sentisse pelo colega deles.
No dia de sua apresentação, o menino deixou o último lugar da sala e colocou-se na frente do quadro-branco, e recitou o seu belíssimo poema.
Apesar de pequeno, o texto trazia uma mensagem demais significativa. Falava do amor. Não do amor que as pessoas atualmente costumam vivenciar. Mas um amor fraternal, que ocasiona a compreensão, a amizade, o companheirismo.
A professora se emocionou. Ela, sempre tão admirada por todos pela beleza que tinha... por sua postura... suas colocações... sua inteligência. Hoje, admirava aquele garoto, por sua sensibilidade e sabedoria.
O menino terminou a sua leitura e, ainda, passou a comentar o seu poema.
-Muitas pessoas vivem aprisionadas pelos próprios sentimentos, muitas vezes sem sentido... sem direcionamento... por não os entenderem, ou mesmo, não os valorizarem. Acham que dar um bom dia a um idoso, a uma criança, mostrar-se simpático,são atitudes não pertencentes ao amor. Amar é muito mais profundo do que se unir em um relacionamento. É vivenciar a proximidade com o outro, como a um irmão...
O garoto continuou a falar. Suas palavras tocaram fortemente à professora e aos demais alunos. Começava ali, uma linda amizade escolar entre todos os presentes.
As aulas de matemática passaram a ser mais discutidas, as construções aritméticas ganharam mais sentido pois se voltaram para as sociedades. Os números passaram a ser vistos como multiplicadores de aspectos bons e divisores de coisas ruins.
Começavam ali, novas formas de se estudar a matemática.
Aluna: Cristina Araújo 2 Ano F / 'Tarde'

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

O NADA

Do meu passado, nada lembro.
Do meu presente, nada vivo.
Do meu futuro, nada sei.

Nada trago do ontem!
Nada faço no hoje!
Nada espero do amanhã!

Apenas existo... e vivo!
Vivo a te amar!
Amar e esperar!
...que tu venhas a me amar...

Autora: Graciane Trajano 3º B 'Manhã'

Cadê Você?

Que não estás aqui... estás tão longe?
E só te acho nos meus sonhos!
Que me deixaste sem nenhum motivo...
Sem explicação...
E hoje perturba o meu coração.
Atormenta a minha razão.
Te esquecer é algo impossível!
Assim como é Impossível ...
encontrar alguém como você.
Autora: Margarene Facunde 3º Ano D 'Tarde'

JUSTIÇA?!

O que é isso? Existe?
Numa sociedade que se diz pluralizada, percebemos um forte individualismo e também preconceitos. Isto nos faz questionar: ‘existe igualdade na lei, sem distinção, para o branco, para o negro, para o pequeno, para o grande...?’
Somente com esta igualdade é que se poderia dizer que existe justiça em sua plenitude.
A justiça tornou-se utopia. Não podemos ficar apenas no sonho, é preciso acordar e fazer valer o que é direito de todos. Justiça!
Autora: Alcilene Jacinto 2º Ano G 'Tarde'