segunda-feira, 16 de julho de 2007

AFOGADO

Para mim, a tristeza é um mar grande e solitário. É traiçoeira e sem resposta. E neste mar, o fim chegando. Estou me afogando.
Não adianta gritar, pois de nada vai adiantar. Não há ninguém próximo para me acudir. Não, eu não quero morrer agora. Demorei tanto para encontrá-la, ela, a quem sempre quis. E tão rápido a perdi.
Será pecado não ser o que todos querem? Nunca quis vir montado de fábrica. Ser adaptado de modo que todos gostem, eu sei que ninguém vai ser.
Quando a onda bate em mim, eu bebo a água salgada. Tento respirar o ar, para não sucumbir. Vejo, então, minha vida passando... como um filme.
Nesta hora, Deus, eu queria apenas mais uma chance para viver.
Eu vejo a imensidão à minha frente e uma tremenda solidão. Nada faz sentido. Eu não tenho sentido, ou melhor, me sentido. Dentro de mim um vazio. Há tempo que percebo algo me fazer falta.
Melhor morrer do que viver sem o porquê de viver.
Estou afundando e tento nadar. A força acabou. Bebo água salgada e respiro o desespero com aroma de tristeza.
Do meu lado, agonia e pânico. Mas à frente, uma pequena esperança. O mundo dá voltas ao meu redor. Mas o meu mundo parou. Não há mais condições... apenas amor e dor.
A dor é maior. O meu fim se aproxima. Mas eu não quero. Eu falava que nunca mais queria te encontrar... quero viver! Preciso viver e não me afogar neste mar de solidão.
Retire-me logo, retire-me logo! Afundei e pensei que era o fim. Mas vejo uma mão me puxando. Será a sua?


Autor: Antonio Celso Domingos 3º Ano 'A' / Manhã

sábado, 14 de julho de 2007

CHUVA DE AMOR


Na madrugada calma e escura
A chuva cai sem dó, sem piedade
O tempo passa e a chuva aumenta
E permaneço com a mesma saudade

O barulho da chuva se escuta nas telhas
Como se o mundo fosse acabar
Escuta-se um relâmpago
Depois começa a trovejar

Com um tempo, o dia amanhece
E você permanece no meu pensamento
Já não basta a noite inteira
Penso em ti a todo o momento

Autora: Pauliana Lima / 3º Ano 'B' Tarde

RAZÃO DE VIVER

Inspirei-me em você para viver
Porque era grande a minha dor.
Você chegou...
Para me fazer voltar à vida!
O tempo passou...
E minha confiança você ganhou!
Outro apareceu em sua vida...
E você me deixou!
E com a espada da traição...
Meu coração você dilacerou!
Autor: Leonardo Santos / 3º Ano 'D' Tarde

POESIA DIFERENTE

Os sonhos não existem
apenas porque queremos
Ou simplesmente porque sonhamos
Mas porque necessitamos!
Em virtude do que consigo ver
Eu acredito em sonhos
E se eu soubesse que sonhar é realizar
Eu sonharia mais!
Sonharia com mais amizade...
e mais amor entre os homens...
Assim, eu seria feliz.
Não fingiria que estava sonhando
Eu continuaria sonhando
Somente assim, eu saberia...
que os homens que se realizam
São os que vivem sonhando.
Autora: Jecicleia Santos 3º Ano 'A' Manhã

INVEJA DO UNIVERSO

Não encontro explicação...
para o sentimento que me aperta o coração
Essa sensação de te querer
E te desejar...
apesar da distância que nos separa!
Penso em ti...
Noites caladas,
em angústia e sofrimento!
Invejo o vento que te toca...
O sol que te esquenta...
A água que tu bebes...
Queria fugir contigo
E te levar para conhecer
este universo que já te tem
E que me causa tanta inveja!
Autora: Natália Lisck 3º Ano 'A' Manhã

Se eu soubesse


Se eu soubesse que o amor doía...
eu a ti não me entregaria!
Se eu soubesse que você não me queria...
Te dado a minha vida, eu não teria!
Se eu soubesse que esse amor de nada valia...
Eu não teria alimentado minhas fantasias!
Se eu soubesse que a tristeza aqui bateria...
O meu coração para ti eu não abriria...

No meu inconsciente, este amor de nada valia...
Se eu soubesse... mas eu sabia!
Autora: Graciane Trajano 3º 'A' Manhã

sábado, 7 de julho de 2007

DIA DE DOMINGO

-Vamos pai!
-Calma, menino! Estou ajeitando o carro. É cedo, não há ninguém na praia ainda.
O menino estava muito apressado, e foi chamar a mãe na cozinha.
-Vamos, mãe!
-Calma, estou aprontando o lanche para levar.
O pai foi à cozinha pegar alguma ferramenta para terminar o serviço do carro.
-Há tempos que vocês me prometem levar à praia. Quando chega o dia, decidem fazer tudo na última hora.
-Como é, menino?
-Calma, homem, ele só está ansioso.
-Desculpa, pai.
-Vou terminar o serviço.
Cinco minutos depois.
-Mãe, a senhora terminou?
-Calma, meu filho.
-Vocês fazem muita hora.
-Menino mal criado, eu ouvi.
-Estava brincando, pai.
-Quer levar umas palmadas?
-Você vai bater nele, homem?
-Isto tudo é por sua causa, estraga o menino, depois fica aí!
Algum tempo depois.
-Vamos logo, amor, já terminei de fazer o lanche. Termina de ajeitar o carro, enquanto me visto.
-Tá bom, mulher!
Mais algum tempo depois.
-Já terminei de me arrumar. Vamos logo, amor!
-Deixa de ser apressada, mulher!
-Pai, não fala assim com a mamãe.
-Adula a tua mãe, mas sou eu quem trago a comida pra casa todo dia.
-Pai, eu não estou adulando, apenas defendo quem me defende.
-Menino atrevido, vai levar umas tapas agora.
-Você não vai bater nele, é apenas uma criança querendo ir à praia. Se você não quer ir, avise logo, e não fique fazendo hora.
-Como é, mulher?
Na porta, chamam:
-Pedrinho!
-Já vai. O que é Carlinhos?
-Que gritaria é essa?
-São os meus pais brigando por besteira.
-Vamos para a minha casa, brincar com o novo videogame que meu pai comprou.
-Vamos, sim.
O menino, da porta gritou:
-Mãe, vou pra casa do Carlinhos brincar. À tarde, eu volto.

Autora: Leidinice da Silva 2º 'F' Tarde

quinta-feira, 5 de julho de 2007

VIROU ROTINA

Cheguei do trabalho e já passava das dezenove horas. Estava cansada, pois havia sido mais um dia daqueles: muito trabalho, pouca paciência e intensa dor de cabeça.
Finalmente, o expediente acabou e me encontro, agora, em casa.
Ligo o rádio e começo o meu banho. Tento, assim, relaxar. No entanto, vêm-me aqueles pensamentos que atormentam. Fico a refletir sobre a minha própria vida.Toda noite a mesma coisa.
A solidão do meu quarto aumenta o meu vazio e a angústia em meu coração.
Percebo que apesar de meu futuro estabilizado, uma vida profissional satisfatória, não sou feliz.Sempre me falta algo. Eu mesma não sei explicar o que é.
O tempo passa e continuo navegando em minhas cogitações. Já se aproximam as duas horas da manhã e adormeço. Sonho.Meus sonhos são malucos, talvez fosse a realidade que anseio. Uma vida menos formal, onde pudesse viver intensamente um grande amor. E acima de tudo, ser feliz.
Autora: Kátia Ferreira - 2º 'F' - Tarde.

EM CIMA DO MURO

Era sagrado. Todos os dias, após o almoço, enquanto minha família aproveitava a sesta, eu corria para o fundo do quintal, subia no muro e ficava a apreciar a beleza de minha vizinha, a Flora, que neste horário costumava ter suas aulas de balé.
Eu era apaixonado por aquela garota e ao vê-la sempre dançando, ficava maravilhado com a sua beleza. Cada passo, cada gesto dela, cada movimento executado me encantada sempre mais.
Aos meus olhos, Flora era perfeita. Porém, por conta de minha timidez, eu nunca encontrava coragem para dizer-lhe isto. E a forma de satisfazer a minha ansiedade era ficar ali, em cima do muro, observando o seu encanto.
Era uma terça-feira, depois do almoço, compromisso marcado, rapidamente corri para o muro. Eu não queria perder nenhum segundo daquela aula. Queria logo admirar aquela figura inspiradora de meus belos e ternos sonhos.
Passaram-se dez minutos... e Flora não apareceu para o ensaio. Estranhei, pois nunca havia atrasos. Depois quinze... vinte... Logo mais, trinta... e eu em cima do muro. Surpreso com o ocorrido eu me perguntava o que teria acontecido. Onde estaria Flora?
Frustrado por não vê-la, caminhei de volta para casa.
Mamãe ainda estava deitada em sua rede de cordas. Ainda com um ar tristonho, perguntei-lhe: A senhora sabe alguma coisa sobre os nossos vizinhos dos fundos?
Mamãe, mesmo sem abrir os olhos, respondeu, com sua voz cansada e sonolenta: Mudaram-se, ontem à noite. Venderam a casa e foram morar em São Paulo.
Mamãe me falava isto ainda bocejando e o meu coração já se encontrava aos pulos de tão acelerado. Mal sabia ela que aquelas palavras entravam em meus ouvidos como facas afiadas que se direcionam ao coração.
Somente em pensar que nunca mais veria minha grande paixão perdia as forças de ficar em pé.
Flora partiu sem saber dos meus sentimentos... sem levar nada de mim. Ao contrário, deixou uma alma em pedaços e uma lição para toda a minha vida: Ficar em cima do muro nunca é a melhor opção! Pensei isto, falando em voz alta.
-O que disseste, criatura? Indagou a minha mãe, sem nada entender...
Autor: Jair Silva 2º 'F' Tarde

terça-feira, 3 de julho de 2007

Cara-Metade

Na época dos deuses antigos, os homens possuíam quatro braços, quatro pernas e duas cabeças.
Houve um dia que os deuses ficaram furiosos e soltaram raios por todos os lados.
Quando esses raios atingiam os homens, acontecia a separação. O homem ficava apenas com dois braços, duas pernas e uma cabeça.Desde então, cada pessoa passou a buscar por toda a vida a sua alma gêmea, sua cara-metade, no intuito de se completar.
Autora: Ana Paula Pessoa. 3º Ano 'B'

VELHO COSTUME

Aquela menina já olhara para o relógio mais de três vezes, em menos de cinco minutos. Sua expressão facial denunciava preocupação e seus gestos inquietos revelavam um desespero interno, que se transmitia em toda a sua fisionomia exterior.
O relógio da igreja bateu 20 horas. Marcos, sentado no banco da praça, observava atentamente a garota de cabelos louros e de roupa escura. Era uma moça bonita e trazia consigo uma postura elegante.
Ela levantou-se, mais uma vez, e caminhou de um lado para o outro. Depois de algum tempo, voltou a sentar-se e cruzou as pernas.
O banco em que Marcos havia sentado ficava ao lado do que a moça se encontrava. E ele a lhe observar, e a analisar toda a sua impaciência.
O telefone toca e a moça atende. Conversa baixo, mas a sua voz dá para ser ouvida. Marcos esforça-se para escutar alguma coisa. Dois rapazes passam por perto, brincando e conversando alto. Marcos tem um súbito ódio dos garotos. A passagem deles o impossibilitou de satisfazer a sua curiosidade.
A moça guarda o celular e volta a sentar. Retira a jaqueta preta que veste, dobra-a e a coloca sobre as pernas. Marcos olhou para os ombros da moça, para o decote de sua camiseta, para o princípio dos seios que estava à mostra. Tudo muito bonito. A cor branca da garota o fez lembrar um copo de leite. E sentiu vontade de tocá-la, de acariciá-la, e de beijá-la.
Foi com uma certa excitação no corpo que Marcos presenciou a chegada do carro preto. Era um carro de luxo e misterioso. O insulfilm presente no vidro não o permitiu ver a fisionomia de quem estava dirigindo.
Seu olhar paralisou. Naquele momento, não fez nenhum gesto, por menor que fosse, para não perder nenhum detalhe da cena que se passava à sua frente.
Num curto intervalo de tempo, a garota colocou a jaqueta, abriu a porta do carro e entrou. Marcos acompanhou todos os seus movimentos, e depois insistiu em observar os movimentos do carro, até dobrar a esquina e seguir o seu destino desconhecido.
No lado oposto da praça, tinha uma garota morena que conversava com um rapaz também moreno, talvez de sua idade. Marcos decidiu ir para lá. Sentou-se no banco próximo.
O casal conversava de mãos dadas e parecia tranqüilo e feliz. Marcos observava a tez da garota, os olhos, a boca. Uma menina bonita.
O casal conversava baixinho, mas a voz chegava até o banco de Marcos.
Ele esforçou-se para ouvir...
Autor: Nonato Costa

segunda-feira, 2 de julho de 2007

Meu querido e amado,


Talvez um dia, eu seja apenas mais alguém que passou em sua vida. Talvez eu seja mais um sonho, uma lembrança que você vivenciou. E quem sabe até uma saudade.
É impossível esquecer aquilo que marca, que fere e machuca. O coração que ama de verdade deixa a impressão de que tudo o que foi vivido nunca irá ter fim. Duro é ter de admitir que lhe perdi. Aliás, acho que nunca lhe tive por completo. Por todas as vezes que se distanciava de mim... e muitas vezes eu não percebia. Sinto em meu interior uma enorme dor, que nunca me lembro de tê-la sentido antes. E que desejo nunca mais sentir.
O pior de tudo é ter de sorrir... enquanto o coração chora. Chora calado e sofre no silêncio dos meus prantos. Choro muito, meu amado. Mas não sei por que choro, pois as minhas lágrimas não lhe trarão de volta para mim.
Escondo esta tristeza, por trás de um sorriso camuflado. Confesso-lhe que é difícil sorrir, pois os meus sentimentos me instigam a chorar. Confesso-lhe, também, que jamais esquecerei os nossos momentos juntos. Jamais irei lhe esquecer!
Eu sempre me disse racional... e hoje sofro sem limites. Sinto-me angustiada, perdida, abandonada. Tudo por desejar está ao lado de alguém que já é impossível para mim.Sinto-me confusa e infeliz.
Quando leres minhas palavras, lembre-se são frutos de uma perda que não consigo conter. Beijos, meu querido.


De sua, sempre sua...
Ruya Mayra dos Anjos

3º 'B' manhã